REINVENTANDO O ENSINO MÉDIO- Um novo Ataque do Governo de Minas Gerais à Educação Pública
Professora Célia Campos
O governo do Estado de Minas Gerais está apresentando um projeto para a educação publica, denominado “REINVENTANDO O ENSINO MÉDIO” que vai vigorar a partir de 2014. Este projeto já existe em escolas piloto pelo estado e vai ser implantado em toda a rede estadual no próximo ano.
Por isso, todas as escolas tem que fazer a discussão com a comunidade.
Neste contexto, no último dia 17.07.2013 ocorreu a apresentação do projeto
em comento na Escola Estadual Professora Corina de Oliveira, localizado
em Uberaba/MG, na qual sou professora concursada. Durante a discussão,
fiz uma fala expondo que, apesar do nome pomposo, o objetivo real do
governo é piorar o currículo e, por conseguinte, aprofundar o
sucateamento da escola pública. Disse que a proposta do governo não significa outra coisa do que manter a infeliz máxima no sentido de que a “escola pública forma o peão, enquanto a escola particular, com um currículo mais aprofundado, forma o patrão”.
Ainda que a minha assertiva possa parecer dura, ela, em verdade, é real intenção política do governo
e, nós trabalhadores em educação, COMPROMETIDOS COM UMA EDUCAÇÃO
PÚBLICA, GRATUITA, LAICA E DE QUALIDADE, temos o dever de conscientizar a
comunidade sobre o real propósito do governo com o projeto Reinventando
o Ensino Médio. Ele visa direcionar o aluno da escola pública para o
mercado de trabalho, sem dar a ele a opção de escolha para a carreira
acadêmica.
Vejamos a próprias palavras extraídas do próprio site do governo mineiro:
O Reinventando o Ensino Médio é um projeto da Secretaria de Estado de Educação, idealizado em 2011, com o intuito de repensar o currículo do Ensino Médio nas escolas estaduais mineiras. Além de aumentar a carga horária ao longo dessa fase de ensino, o projeto propõe um currículo mais INTEGRADO COM O MERCADO DE TRABALHO. (fonte:
O objetivo do governo,
não é outro senão o de direcionar os estudantes da escola pública
preferencialmente / exclusivamente para o atendimento das necessidades
do mercado de trabalho, sem dar opção de uma formação no ensino médio
integral, necessária para balizar o aprendizado voltado para a formação
nas carreiras acadêmicas.
Para adaptar o projeto à realidade das escolas será necessário que se reduza a carga horária de alguns conteúdos do currículo básico.
Teremos que escolher qual disciplina é menos importante. Isso tira do
aluno da escola pública o direito de escolha e diminui as oportunidades
de aprendizagem e de formação com senso crítico à realidade.
Além disso, todos os projetos apresentados e as mudanças propostas não foram discutidos com os trabalhadores, nem com a comunidade à qual a escola atende. Seguem as diretrizes do Banco Mundial voltadas para a educação dos países periféricos.
Em suma, no projeto Reinventando o Ensino Médio não foi discutido o interesse dos alunos, mas sim a necessidade do mercado de mão de obra. A secretaria de Educação determinou e somos obrigados a obedecer.
Entretanto, acredito que é necessário discutir com a comunidade qual é a real intenção do governo, pois a médio e longo prazo é esta comunidade que estará prejudicada.
Como eu disse, defendo uma escola pública gratuita, laica e de qualidade, para isso é necessário discutir as políticas públicas.
Foi
neste contexto que fiz as afirmações acima destacadas, sendo que espero
que agora elas sejam compreendidas em seu real sentido.
Célia Campos é Educadora, Dirigente da CSP-Conlutas e Militante do PSTU
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